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Existem muitas fontes de informação que detalham o êxodo dos huguenotes franceses. Abaixo vou colocar algumas referências para quem desejar ler.
mais referencia basica
Uma introdução muito bem feita (em inglês): https://www.history.com/topics/france/huguenots
A Noite de São Bartolomeu https://www.dw.com/pt-br/1572-noite-de-s%C3%A3o-bartolomeu/a-320214, Massacre da noite de São Bartolomeu https://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_da_noite_de_S%C3%A3o_Bartolomeu.
No total entre 200.000 e 300.000 huguenotes abandoram a França causando um grande prejuíjo econômico.
O primeiro país que procuraram foi a Suiça. Mas naquela época a Suiça não era um país rico, exportavam mercenários, a emigração estava em alta inclusive para o Brasil como mencionamos antes. Segundo estimativas 60.000 huguenotes passaram pela Genebra de Calvino, na época considerada a "Roma Protestante", dos quais cerca de 20.000 ficaram na Suiça (inclusive em Genebra) e 40.000 seguiram para a Alemanha. Sómente em 1867 cerca de 15.000 passaram por Genebra, número equivalente à população então residente em Genebra. Calvino estimulava o exílio: "Que se exilem aqueles que creem não ter a força para testemunhar a sua fé".
Muitos foram para a Inglaterra, Irlanda e Estados Unidos. Alguns huguenotes arriscaram a vinda para o Brasil. Escaparam dos católicos da França mas não escaparam dos católicos de Portugal.
Os huguenotes levaram consigo o costume da jardinagem, novos alimentos, indústrias (parte da indústria textil francesa acabou ficando na Irlanda), vinicultura (na origem dos vinhedos na África do Sul que se tornou um importante produtor de vinhos de qualidade), arquitetura (ver, por exemplo, a cidade Bad Karlshafen https://www.huguenotsociety.org.uk/blog/karlshafen-a-huguenot-town-in-germany), etc.
Em geral os huguenotes eram mais cultos, empreendedores, hábeis do que aqueles residentes nos locais de acolhida.
No total se estima que 44.000 huguenotes se estabeleceram na Alemanhã. Cerca de 20.000 se estabeleceram em Berlim e Brandenburgo. Pelo ano 1700 aproximadamente 25% da população de Berlim era de huguenotes. Muitos eram médicos, engenheiros, negociantes, artesãos que contribuiram para a vida econômica, social e cultural. Alemães ricos queriam aprender o francês, contratavam professoras francesas para os filhos. Nesta época muitas palavras de origem francesa foram assimiladas pelo idioma alemão.
Outros também se estabeleceram entre a França e o Reno, como talvez os Goelzer.
Encontrei na Internet a história incluida a seguir. Vou continuar verificando se encontro informações sobre casos similares ao da história.
Nas palavras da pessoa da família Reid que narra o acontecimento:
"Quando meu marido e eu visitamos Zweibrucken em 1950, tive a sorte de conhecer um primo de segundo grau, Erich Golzer, que tem seu próprio negócio de gravura. Descobri que ele rastreou sua ancestralidade de 150 anos a partir dos registros da Igreja Evangélica Reformada. Ele foi obrigado a fazer isso para provar que não era judeu quando desejou entrar no serviço de submarino alemão durante a Segunda Guerra Mundial. Ele nos deu uma bela cópia do disco com a genealogia e não aceitou compensação por isso. Então, fizemos uma doação para a igreja evangélica reformada em Zweibrucken, que estava sendo restaurada à sua beleza gótica. Queríamos que esse gesto fosse um memorial para minha avó; em vez disso, um banco é marcado com nossos nomes como doadores. [Família Reid, p. 119].
O texto acompanhando a informação genealógica dizia que muitos huguenotes tinham se estabelecido a apenas um quilometro e meio da fronteira com a França na vila de Mimbach, perto de Zweibrücken. A família ancestral francesa Mueller / Millaise e seus filhos encontraram refúgio em Mimbach, Alemanha, em 1640. Eles tiveram que se tornar cidadãos alemães, falar a língua alemã e tentar se estabelecer o melhor que pudessem. Eles tomaram o nome de Gelser (várias formas grafadas Goltzer, Goeltzer,Golzer). No século 17 usavam mais Geltzer ou Göltzer, no século 18 a grafia Göltzer predominou, junto com Geltzer e Gölzer. The Mittelbacher e Zweibrücker escrevem Gölzer.
Em Mimbach o nome Göltzer aparece pela primeira vez num documento comercial em 1647 como uma variante de Müller. É Barthel Müller que começa a usar o nome Barthel Göltzer. É pelo meno uma prova de que os huguenotes trocavam o sobrenome ao se estabelecerem na Alemanha. Não significa que é o primeiro a fazer a troca. Existem muitos Gölzer nascidos antes de 1647. Na árvore genealógica preparada pelo primo Gilberto Ceratti a primeira geração começa com Johannes Gölzer que nasceu em torno de 1620.
O documento em alemão que trata do assunto é muito longo: https://www.goelzer.de/downloads/goelzerausmimbach.pdf
O documento tem umas partes em ingles com informações interessantes sobre os antepassados da família Reid mencionada acima.
Seria interessante achar outros casos semelhantes ao de Barthel Müller/Göltzer e tambem verificar se a troca de sobrenome ocorreu com mais frequencia no Palatinado, perto da fronteira da França.
Uma conclusão seria que nós Goelzer seríamos descendentes de huguenotes franceses.
Referências:
Le Refuge huguenot https://museeprotestant.org/notice/le-refuge-huguenot/