Ernesto Morsch e
Lucinda da Silva Rocha
Ernesto Morsch e
Lucinda da Silva Rocha
Vô Ernesto, filho de Guilherme Morsch e Leopoldina Schell Morsch, nasceu em 05/08/1876 em Passo Fundo.
Em 26/01/1901, aos 23 anos, casou com D. Lucinda da Silva Rocha, filha do Tte. Cel. Diogo da Silva Rocha e de D. Anna Theodora de Oliveira Rocha. O cunhado Major João Schell foi uma das testemunhas. Vó Lucinda nasceu em 03/02/1883.
O casal teve 12 filhos, dois faleceram menores (Maria e Nei), e a foto abaixo mostra a família com os 10 filhos adultos:
Lucinda e Ernesto com os filhos Rocha Morsch:
atrás da esquerda para a direita, Otilia (minha mãe, casou com Mario Goelzer), Sueli (casou com Egídio Bonotto), vô Ernesto, Ana Leopoldina (Anita, solteira), Julieta (casou com Lairi Fanfa Cardoso) e
na frente da esquerda para direita Frederico Guilherme (casou com Edith Kieling), Diogo (casou com Adelaide Ghezzi), Alberto (casou com Antonieta Vargas), vó Lucinda, Hélio (casou com Célia Lângaro Bastos), Arthur (depois de se formar em Medicina se tornou padre jesuíta) e Carlos (casou com Neli Bevegnú).
Vamos mencionar o Padre Morsch mais adiante.
A foto abaixo mostra a equipe de futebol do Gaúcho em 1920 com tio Alberto Morsch (1) e tio Amadeu Goelzer (6), as famílias Morsch e Goelzer outra vez reunidas.
A equipe do Gaúcho, em 1920.
Na primeira fita, temos a nº 1, Alberto Morsch; nº 2, Dionísio Lângaro; nº 3, Deociécia Rostro.
Na 2ª fila, Brasil Trindade, Arthur Lângaro e Amadeu Goelzer.
Na fila da frente, Dario Ferreira, Pedro Rossal, Bentinho, Paco e Bueno. Os militares, em pé, eram Sargento Tarso e Soldado Miotto.
Desde muito jovem Ernesto Morsch passou a lidar com o ramo madeireiro, no qual viria a se especializar, depois de realizar seus estudos fora do município. Quando retornou, se especializou no ramo, abrindo seu próprio negócio no comércio madeireiro.
Foi um visionário. Nos anos 40 criou uma pequena multinacional com sede em Passo Fundo, uma filial em Montevidéu para onde enviou dois filhos (Alberto e Carlos) e outra filial em Livramento (fronteira com Uruguai) com a filha Sueli e seu marido Egídio Bonotto.
O Vô Morsch foi vereador em Passo Fundo em duas vezes: a primeira vez de 1935 a 1937 e a segunda vez de 1952 a 1955. O site da Câmara Municipal de Passo Fundo homenageia Ernesto Morsch com um texto relembrando muito das conquistas de sua vida: https://www.camarapf.rs.gov.br/noticia/3807/historia
Em 1966, ele recebeu a Comenda de Cidadão Benemérito de Passo Fundo, em reconhecimento a suas ações pelo município.
A foto abaixo de dezembro 1954 mostra Vô Ernesto (com 78 anos) me condecorando em minha formatura no Ginásio do Colégio Conceição. Ele está ocupando lugar entre o Prefeito Daniel Dipp e o Vice-Prefeito Mario Menegaz.
Outra coincidência entre os avôs Fernando e Ernesto é que ambos “herdaram” enormes fazendas como resultado do casamento. Foi Eufrazia e Lucinda que “proporcionaram” estas fazendas aos maridos ao casarem. Foi a casa de Eufrazia que proporcionou grande parte das terras de Fernando.
Vô Ernesto se tornou proprietário da enorme Fazenda Bom Retiro que era propriedade dos Rocha (Nota LG: quem souber a área total da fazenda favor me informar lucio@goelzer.net). Vô Ernesto deu uma procuração ao tio Hélio para colonizar as terras, dividindo-as em lotes rurais de 25 hectares. O loteamento resultou na Vila Colônia Nova, distrito de Vila Lângaro.
“O primeiro colono a se transferir para lá foi o Alberto Moretti, vindo de Colônia Lângaro. Foi em 28 de abril de 1937. Depois chegou Natálio Bedendo, de Veranópolis, João Secco, Virgílio Tonial, Domingos Bertoglio, Fior Benetti, de Caxias, Raimundo Moretti, Batista Secco, José Morandi e João Stramari, que trouxe a bodega que tinha na Colônia Lângaro.”
Os colonos precisavam de área para a agricultura de sustento. Fizeram as roças derrubando árvores como era o costume na época. Pinheiros araucária ainda não tinham valor, eram derrubados como parte da grande extinção dos pinheirais da região.
Agora voltamos ao Padre Morsch como tínhamos prometido. Em 1935 o tio Arthur terminou o curso de Medicina em Porto Alegre. Entregou o diploma para seu pai e disse que agora ia seguir o seu sonho, ser um padre jesuíta. Assim o fez, e as relações com o pai foram rompidas por muitos anos.
Quando o Padre Morsch recebeu o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ele mencionou este drama. Melhor deixar registrado o que ele disse na sessão solene da Câmara de Vereadores de Porto Alegre em 10/12/1998: “O exercício da profissão, por algum tempo, mostrou-lhe que sua vocação tinha um sentido mais profundo. Queria ser médico do homem integral, corpo e alma. Reflete, medita e decide: seu caminho era o sacerdócio. Opta pela Ordem fundada por Inácio de Loyola. Mesmo sem a concordância paterna, que não só não anuíra com a sua decisão mas a ela se opunha, ingressou no Noviciado da Companhia de Jesus, juntamente com jovens bem mais jovens, mas nem por isto com um ideal mais forte e mais vivo.
Deus quis provar o noviço com a saudade da família e seu silêncio, saudade e silêncio somente rompidos após quase oito anos quando o reencontro com o pai se deu no prédio que fora do Ginásio Conceição, onde ele estudara de 1889 a 1892 e que, na ocasião do reencontro, era a sede do Seminário Maior.”
Ata da Sessão Solene da Câmara Municipal - inclui os vários discursos que precederam as palavras do Padre Morsch
Depois deste evento, Ernesto Morsch se tornou figura central na construção da Catedral de Passo Fundo.
No dia 12 de março de 1950, como bispo auxiliar de Santa Maria, dom Cláudio Colling viera residir em Passo Fundo, onde juntamente com a Comissão Central Pró-Bispado, presidida por Ernesto Morsch, deu início à organização da futura diocese, instalada em 22 de julho de 1951, sob o pontificado de Pio XII. Vô Ernesto contribuiu muito com sua liderança e com uma grande contribuição financeira.
Lembro que na época se ouvia dizer que o reluzente automóvel importado utilizado pelo Bispo Dom Cláudio tinha sido presente de Ernesto Morsch.
Como resultado de sua contribuição ativa, Ernesto Morsch recebeu o título de Comendador, outorgado pelo Papa Pio XII.
Na foto abaixo a Vó Lucinda e o Vô Ernesto:
Ernesto Morsch faleceu em Porto Alegre em 09/09/1968 aos 92 anos de idade. Como homenagem póstuma, uma rua no bairro Santa Marta recebeu seu nome em 1970. Vó Lucinda faleceu em Porto Alegre em 31/03/1978, aos 96 anos de idade.
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